sexta-feira, 13 de abril de 2007

Um mais estranho poema de amor na Via Láctea: Oppen


Odilon Redon, 1914





Who Shall Doubt
consciousness

in itself

of itself carrying

'the principle
of the actual' being

actual

itself ((but maybe this is a love
poem

Mary) ) nevertheless

neither

the power
of the self nor the racing
car nor the lilly

is sweet but this

George Oppen

Quem Duvida

consciência

em si

para si portando

‘o princípio

do contingente’ ser

contingente

para si ((mas talvez isto seja um poema
de amor

Mary)) contudo

nem
o poder
do ser nem o bólido
nem o lírio

é tão suave quanto isto









George Oppen[1908-1984] – seu nome está ligado aos objetivistas de 30. Após uma viagem de visita a Pound publicou Séries Discretas (1934). Em seguida, preocupado com a opressiva pobreza dos Estados Unidos nos anos da Grande Depressão, Oppen largou a poesia pelo ativismo político de esquerda. Trabalhou como cortador de tecidos numa fábrica [“a vida deve ser vivida, a partir daí se tem o que escrever”]. Só voltou a escrever 28 anos depois, quando estava exilado na Cidade do México, fugindo da sanha mccartista. Conhecido por suas habilidades manuais e descaso diante da academia foi, paradoxalmente, leitor atento de Heidegger e da filosofia em geral. Seu volume Of Being Numerous [De Sermos Numerosos, 1968], um poema longo fragmentado e tanto abstrato, situado em Nova York, parece de algum modo antecipar certa atmosfera dos eventos de 11 de Setembro de 2001. Há outros poemas de Oppen traduzidos em Afetivagem. Aos interassados, basta tão-só usar a busca[Pesquisar Blog], acima à esquerda. Para mais sobre Oppen em português, clique AQUI.

Nenhum comentário:

Postar um comentário