sexta-feira, 27 de março de 2009

Can't Find My Way Home


Capa do único disco do Blind Faith (auto-intitulado com o nome da banda), 1969




Cabra-cego à caminho de casa


Nos últimos tempos, ando ouvindo Blind Faith. Não, a informação é manca. Melhor dizer que ando ouvindo, sobretudo, "Can't Find My Way Home", a belíssima balada de Steve Winwood que eles gravaram em versões acústica e elétrica. Prefiro a acústica por ligeira margem. É mais sutil. Os violões soam fluidos e sem tirar nem pôr. O legendário baterista Ginger Baker faz a cozinha ferver bonito, mas suave. A voz de Winwood, em falsetto, é uma performance vocal de se tirar o chapéu ou ir à Espanha atrás de um. E pensar que tanto acerto vem do longínquo ano de 1969.

Há quem diga que o "Fé Cega, Faca Amolada", de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos paga um tributo velado ao grupo. Gilberto Gil chegou a gravar "Can't Find My Way Home" só ao violão - mas essa variante não está propriamente entre o melhor de Gil. Para quem nada conhece do Blind Faith, segue um linque para "Can't Find My Way Home" no Youtube. Abstraia os aplausos ao início e ao final: foram adicionados pelo fã que postou a versão (que naturalmente é de estúdio, porque não se toca tão perfeitamente assim ao vivo). Feche os olhos para as imagens. Ouça:




A letra, bastante simples, quer dizer (muito-mais-ou-menos) isto - com toda a estranheza que uma letra de música fica num outro idioma quando traduzida (muito-mais-ou-menos) literalmente:



Não dou com o caminho de casa


Descer de um trono, e deixar o corpo em abandono,
É preciso mudar,
És a razão que eu esperava há tanto tempo,
A que detém a chave.

Mas sigo perto do fim
E ainda não dei com o tino do tempo.
Desperdicei-me
E não dou com o caminho de casa.

Descer como dono, e deixar o corpo em abandono,
É preciso mudar,
És a razão que eu esperava há tantos anos,
A que detém a chave.

(Mas não dou com o caminho de casa).





* * *

2 comentários:

  1. ruy, acho que vc devia fazer um cadastro no last.fm pra gente acompanhar o que você anda escutando! :)
    beijos,

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  2. Já eu gosto mais da versão elétrica... é um dos grandes momentos do Eric Clapton...
    Parabéns pelo blog. É você que traduz tudo ou são traduções de terceiros? Se for você, não deixe de pôr seu nome embaixo, porque quem traduz um poema é tão responsável por ele quanto o poeta original...
    Muito mais do que quem traduz um romance ou um artigo...

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