terça-feira, 17 de março de 2009

E nem precisava tanto!


[s/i/c]




Digressão II


A precisão da arte náutica contra a imprecisão de viver:

"Navegar é preciso, viver não é preciso" é das frases a gerar mais mal-entendidos no Brasil.

O sentido original da frase não é o heroísmo de implicar que navegar é mais prioritário que viver, mas, como nos ensinam no secundário os professores de português: navegar, como arte náutica, detém uma precisão, que pode ser medida por instrumentos: astrolábios, lunetas, bússolas, etc. É, portanto, mais próxima da precisão de uma ciência, tem uma lógica. Variando determinados graus no curso, você chega a uma latitude x, etc. Ao contrário disso tudo, viver é, convenhamos, bastante incerto, impreciso. Ou na boa definição de Guimarães Rosa, 'muito perigoso'. Não tem astrolábio que lhe garanta ou não que ela esteja na sua, por exemplo.

Assim um torcedor do Ceará jamais poderá usar a expressão nesse sentido original. Tipo: "Ganhar do Ferroviário é preciso, viver não é preciso". As duas tarefas aí são igualmente sem precisão. Especialmente a primeira.

Domingo passado, o glorioso Tricolor da Barra enfiou 4x1 no Vovô.




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