quarta-feira, 18 de maio de 2011

A não ser que a gente seja a outra pessoa

[s/i/c]


Da Grande Sabedoria dos Aforismas

Ninguém merece a responsabilidade de ser o portador da felicidade de outra pessoa.

A não ser que a gente seja a outra pessoa. Como na maioria dos casos. E sem se dar conta. Sem suspeitar minimamente disso. Sem enxergar um palmo, uma palha de vassoura piaçava diante do nariz. E, assim, que todos as Marias Ninguéns e os Zés Ninguéns sejam os portadores da nossa felicidade, enquanto tiramos férias no Caribe a degustar lentamente, na cadeira dobrável, posta ao convés à contraluz do crepúsculo, uma piña colada. Nas mãos há um livro de poemas. Parece que de Drummond. E à página aberta há uma poesia. Chama-se "Quadrilha". Nela nós, a "outra pessoa", infeliz e pós-modernamente só podemos ser duas personagens: Lili ou J. Pinto Fernandes.


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