segunda-feira, 16 de julho de 2012

Casas tortas para dentro, sem possibilidades de relento




algumas casas, nota-se que o arquitecto as entortou para dentro. Como se devessem pagar eterno tributo, curvar-se em permanente reverência à perícia com que o espaço interior foi modulado, seccionado, esculpido
não me fio delas. Parecem cavernas 
uma casa também tem de se voltar para fora. Manter um olho na rua. E, mesmo, ensaiar ser parcialmente esse fora, essa rua. Aos poucos. E desde as varandas e alpendres, acostumar as crianças com o mundo: a chuva, o sol, as árvores, a grama, os calangos, o escuro. Estrelas. O cricri dos grilos. Desconfiar de quem não gosta de varandas, alpendres, terraços, num clima como o nosso. Um clima que convida à convivialidade nesses espaços em que dentro e fora diluem-se em terceiro rumo


uma espécie de pré-relento, onde é bom armar a rede

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